terça-feira, 30 de outubro de 2012

O TEMA VIOLÊNCIA JÁ FOI SOLICITADO NO ENEM, EM 2003. MAS CONSIDERO-O FUNDAMENTAL. AQUI UMA PROPOSTA ÓTIMA!


Como solucionar o problema da violência urbana ( esta  é a proposta de intervenção.  O tema já está aí. Delimite bem  e escreva. Mande que eu corrijo amanhã)
 Violência urbana é o conceito do fenômeno social de comportamento deliberadamente agressivo e transgressor exercido por indivíduos ou coletividades nos limites do espaço urbano, sendo ela determinada localmente por valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade, podendo variar no tempo e no espaço.

Existem diversos fatores para a existência de tanta violência urbana. Podemos começar citando a
influência da globalização que disseminou pelo mundo comportamentos violento, como aqueles originários nos Estados Unidos e na Europa (gangues de rua, a pichação de prédios). O mal funcionamento dos mecanismos de controle jurídicos colaboram para a disseminação da violência de todas as espécies. A falha no exercício da coerção é um dos fatores mais apontados como causadores de condições para o exercício da violência.

Ao contrário do que comumente ouvimos em conversas informais, a violência não tem sua causa na pobreza. Se fosse correto essa afirmação, o continente africano seria o mais violento, assim como seria aqui as Regiões Nordestes e Norte, perspectivamente as mais violentas. O que constatamos é que a violência tem estado relacionada à desigualdade social (veja os níveis de violência na América Latina, assim como na Região Sudeste). A imposição do modelo de consumo capitalista não tem sido condizente com as condições para obtê-lo. Muitos por não conseguirem "ser alguém" (ler-se consumidor em potencial) por meios legais, acabam buscando outras vias (é claro que não é apenas um fator isolado o motivador de tais práticas ilegais).

O Brasil possui características propiciadoras de violência urbana, como a existência de instituições frágeis (entre elas a família), profundas desigualdades sociais e uma tradição cultural violenta (embora camuflada pelo "tipo cordial"). Outra questão importante é a aceitação de condutas ilegais, que dependendo da gravidade é classificada pelos próprios indivíduos como “jeitinho brasileiro”. O brasileiro aceita facilmente o rompimento com as normasjurídicas, seja por parte do Estado (por exemplo, o uso de tortura ao pobre como meio de punição de criminosos ou de investigação), como por parte da sociedade civil (ocupação de espaços públicos por camelôs; infrações de trânsito; desrespeito ao consumidor; empregador que não paga os direitos dos empregados, etc.).

Somado a tais fatores soma-se a exclusão política e o baixo desempenho do sistema educacional de nosso país. Em fim, realizo esses breves apontamentos para reflexão. Não creio que seja uma resposta (o que não é o objetivo), mas um caminho para a reflexão do fenômeno.


"O antiintelectualismo que aparece, com certa frequência, nas cartas de leitores [dos grandes jornais] e em outras manifestações, contém, a meu ver, certo ressentimento e dois erros sérios, fundados na nossa tradição individualista-hierárquica.

O primeiro, decorrente de uma profunda ignorância a respeito de direitos civis, que se completa com uma situação inusitada, aquela em que a pessoa acha que a violência policial só chegará aos "outros" (bandidos, traficantes, assassinos), jamais a si mesma; daí a noção absolutamente equivocada de "direitos humanos dos bandidos". 

O erro está em acreditar que os direitos que se erguem para defender suspeitos de crimes e criminosos da arbitrariedade praticada por agentes do Estado não são universais, isto é, não servirão para defender também o inocente da presunção de ser criminoso, inclusive a própria pessoa, que deve se achar completamente isenta desse risco.

O segundo erro é o de acreditar que a violência - ilegítima e ilegal - é necessária para conter os bandidos; nesse caso, a pessoa se esquece que o que define os bandidos é exatamente a prática de violências ilegítimas e ilegais e que de boas intenções, como essas, o inferno está cheio.

Só a lei e o seu cumprimento pelos agentes do Estado pode separar alhos de bugalhos e controlar a criminalidade em limites razoáveis. Sem isso, estaremos no pior dos mundos - como muitos acham que efetivamente estamos."Michel Misse, sociológo, professor do Departamento de Sociologia da UFRJ e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ - Rio de Janeiro).
http://www.cafecomsociologia.com/2011/02/combate-violencia.html

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